Novo governo, vida nova!
Mais uma vez, cá estamos nós a assistir a um novo debate sobre a avaliação dos professores. Num novo modelo, num novo conceito, com outras caras e outro tom.
Sou claramente favoravel a uma avaliação rigorosa do desempenho dos professores. Mas considero essencial que a mesma seja, em primeiro lugar, externa e, em segundo lugar, tem de ter em conta, essencialmente, o trabalho na sala de aula e a avaliação e o sucesso dos alunos, não confundindo sucesso com as notas dadas pelos professores.
Com efeito, devia caber ao inspector/avaliador externo assistir a aulas, analisar as planificações, os testes e os resultados dos testes e aferir da adequação das aulas, das estratégias e da avaliação levada a cabo pelo professor relativamente às turmas e aos alunos em concreto.
A avaliação externa assume uma importância vital por duas razões: por um lado é a única forma de credibilizar a própria avaliação, impedindo que rivalidades, inimizades e desconfianças, inerentes a toda a relação de proximidade entre os professore, interfiram no processo; por outro lado, para que os professores não se dispersem ainda mais em burocracias, afastando-os da sua verdadeira função que é ensinar.
Com um sistema externo, o governo criaria um organismo de avaliação com inspectores destacados para o efeito e com reconhecida competência.Só que aquilo que o Governo parece pretender é apenas poupar dinheiro e domesticar os professores. O resto é conversa para enganar tolos.
Além de tudo o mais, o sistema de ensino sofre de "doenças" muito mais graves e que necessitam de intervenção muito mais urgente, como é o baixissimo grau de exigência dos curricula escolares, a falta de autoridade dos professores, a ausência de soberania disciplinar das escolas... enfim, a "pobreza" generalizada a que sistemática e paulatinamente os sucessivos governos têm votado o sistema de ensino. Para o tornar mais abrangente, fê-lo permissivo; para o tornar mais bem sucedido, fê-lo negligente; para o tornar mais democrático, desautorizou-o !
Os resultados estão à vista e não é por - estatisticamente - termos mais uns milhares com o 12º ano (novas oportunidades...?) com base em curricula de um gritante vazio de conteudos, não é por darmos computadores magalhães que ficam para sempre guardados em casa das crianças para servir de "plataforma de jogos", quanto muito ... que estamos mais escolarizados ou alfabetizados.
É bom que o novo sistema de avaliação de professores que saia da nova assembleia, seja um que premeie a competência e o rigor lectivo; seja um que promova a exigência, o rigor e o trabalho e que leve as escolas e os professores a fazerem - DE FACTO - aquilo que estão lá para fazer : Ensinar e formar pessoas para a vida !