O Banco Central Europeu (BCE) decidiu não mexer na sua taxa de juro de referência, tal como era esperado, mantendo-a em mínimos históricos pelo sétimo mês consecutivo.
A taxa de juro de referência do BCE encontra-se em 1% desde o passado dia sete de Maio, o que corresponde ao valor mais baixo de sempre.O mercado não esperava qualquer alteração no preço do dinheiro na zona euro, estimando os peritos que o BCE só deve subir os juros no quarto trimestre de 2010.
Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, reiterou que a "recuperação está a continuar a melhorar", embora ainda exista um "elevado nível de incerteza".
Trichet notou que muitos factores que suportam a recuperação são "temporários", devendo a economia crescer "a um ritmo moderado em 2010" e a um ritmo "irregular".
Mais uma vez, o Sr Trichet adopta uma postura conservadora face ao valor do dinheiro numa europa a braços com a competitividade internacional, onde tem de competir com economias mais "desempoeiradas" como a Norte-mericana e a Japonesa, ambas com taxas de juro de referência muito perto do 0%.
Sem bem que taxas tão baixas enviam sinais "obtusos" aos actores económicos, o que é certo é que a Europa compete a nível internacional com países cujo dinheiro é muito mais barato. Ficamos, inevitavelmente, a pensar - mais uma vez - no que é que o Sr Trichet está a pensar... será que não baixa a taxa de referência para poder "vender mais caro" os pacotes de apoio à liquidez dos sistemas financeiros europeus ? Será que pretende manter uma certa estabilidade e não deixar derrapar a inflação? São muitas e variadas as respotas possíveis; o certo é que Portugal... aqui no nosso canto, mais uma vez anda a reboque de tudo isto. Somos vitimas da crise, e temos um ritmos de recuperação muito mais lento que o resto da europa, pelo que o fim previsto das medidas de apoio vai, mais uma vez, apanhar-nos em contra-ciclo.
O governo de José Socrates negou ir aumentar os impostos, apesar das afirmações do governador do Banco de Portugal, o certo é que um governo incapaz de controlar a despesa, vê nos impostos uma fonte facil de receitas. Mas um eventual aumento de impostos só iria agravar a, já débil, situação financeira do tecido empresarial nacional e das próprias familias. Por outro lado, não aumentando os impostos e sem que a produtividade e competitividade do país aumente, dificilmente o Estado terá recursos para facer face às suas obrigações sociais, às quais se acrescentam todos os "pacotes anti-crise"... para continuar em frente terá, inevitavelmente, de aumentar o deficit... e esse é pago ao preço do Sr.Trichet.
Parece um beco sem saída... talvez o seja, e o tratado de Lisboa se, por um lado, veio fortalecer o conceito Europa, por outro dá um passo significativo no atenuar das autonomias de decisão nacionais dos países membros.
A uníca saída é uma resposta nacional vigorosa da nossa sociedade em termos de produtividade e de mentalidade, pela inovação e pela descoberta de novos mercados. Infelizmente não me parece que estejamos muito inclinados para aí... espero - honestamente - enganar-me redondamente !
Acho que tens toda a razão e não te vais enganar.
ResponderEliminarEstamos a precisar de gente com iniciativa e CÉREBRO mas parece que os nossos melhores procuram outros mercados e os que cheios de boa vontade ficam por cá esbarram com uma série de dificuldades que os desmotivam.
Continuamos na cêpa torta e não vejo saída para ela, para já com os moldes actuais de economia.
Gostei muito de te ler.
Falando do nosso país,
ResponderEliminarTemos um problema bem maior que tudo isso.
É que todos conhecemos o problema, todos criticamos o sistema e nos criticamos uns aos outros.
Mas não conseguimos resolver o problema, mas afinal qual é o nosso problema?
É a falta de T_m_tes, porque desde que me entendo por pessoa, me lembro do nosso problema de patriotismo e protecionismo , já passaram gerações e esse problema tende a agravar-se, a mania que os que é dos outros é melhor.
Mas pior, todos temos consciencia desse problema - eu próprio - e quem me lê provavelmente também , e defende que esse é o nosso mal, mas 5 minutos depois estamos todos a ter actitudes completamente contraditórias.
Temos de mudar.
Já agora, gostava de ler aqui sobre as chinesises em portimão , que passaram de vão de escada a grandes superficies comerciais.
Pois é meu querido, as mentalidade e a atitude deveriam mudar, mas tudo isso leva tempo e não sei mesmo se algum dia chegarems a mudar. Porque é que os portugueses lá foram são considerados uns excelentes trabalhadores e cá dentro é o que se vê? Pessoal a reinvindicar, a exigir, muitas vezes sem dar o seu melhor contributo à entidade patronal como deveria ser a sua obrigação? Claro que isto poderá ser conversa de "patrão" que eu não sou nem nunca fui, mas há coisas que se nos metem pelos olhos dentro e só não vê quem não quer ver. Mas também temos que ver que o exemplo deveria vir de cima, de quem manda e deveria ser um modelo para todos, e o que é que hoje em dia temos a servir de exemplo? CORRUPÇÃO, é palavra e ordem. Sempre houve e há-de haver porque está nos nossos genes, nas nossas mentalidades, na nossa cultura. Daí dizer que acho que tudo isso é muito dificil de mudar, assim num repente. Tenhamos esperança que a geração que agora desponta, e se educada com bons principios, seja diferente. Há sempre que ter esperança! É o que nos resta.
ResponderEliminar(e agora não digas que não comento....) Beijos